quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Nós e a internet

Esta semana encontrei um site deveras interessante: www.delas.ig.com.br. Como o nome já indica, é um sitio na internet virado única e exclusivamente para a mulher, seus problemas e soluções. No quadro dedicado ao comportamento humano, um artigo com o nome “Namoro em banda larga”, chamou-me a atenção. Segundo o texto, actualmente as relações amorosas estão a desenvolver-se num ritmo mais acelerado por causa do uso das ferramentas da internet.
Se antes o casal levava pelo menos um dia para se voltar a ver depois de um encontro, esse tempo é encurtado com o uso de chats com webcam e trocas de mensagens por telemóvel. Isso sem falar das vídeo chamadas, serviço já disponibilizado no mercado nacional para quem possui telefones 3G . E para os que se preparam já para dar inicio ao discurso negativista, é bom frisar que o tal texto traz também depoimentos de psicólogos que afirma que esse acelerar em nenhum momento é maligno.
A despeito de várias teorias apocalípticas que atribuem a internet a culpa de vários males na sociedade contemporânea, eu vislumbro principalmente pontos positivos. Numa época em que a globalização é uma realidade, a internet vem revelar-se uma ferramenta muito útil na concretização da expressão: Aldeia Global. As especificidades mantêm-se, mas lado a lado com o que é mais global.
Antigamente emigrar significava ficar anos sem ver, e muitas vezes sem saber, da família. Cesária Évora imortalizou essa ideia na música Sodade. “Si bu screvem n ta sreveu, si bu skecem n ta skeceu” – se me escreveres eu escrevo-te, se me esqueceres, eu esqueço-te”. Hoje essa música teria que ser adaptada para algo como, se não entrares no mensseger bloqueio-te! As pessoas já não ficam meses sem se falar, a não ser que o façam propositadamente.
Cartas de amor são lindas, emociona-me de facto, mas as mensagens de texto no telemóvel ou os emails dão-me mais jeito, são mais rápidos. As novas tecnologias atrapalham em muitas coisas, mas acredito que ajudam mais. Famílias separadas por oceanos, uns porque foram estudar, outros porque tiveram que ficar e trabalhar, ligam-se pelo Skype, facebook e msn. Podem falar todos os dias sem custos muito altos (porque esse é um condicionador de peso) e despreocupar-se porque podem acompanhar as mudanças físicas, e manter o contacto emocional, muitas vezes estreitando-o.
Assumo que sou apologista da internet e numa altura em que se combate todas as formas de exclusão, pouco ou nada vejo ser feito no sentido de se combater a exclusão digital. Todos nós devíamos ter acesso a internet e aos benefícios que dela se pode tirar. Faço parte do grupo, não tão pequeno assim, que acredita que o mundo digital já faz parte do rol das necessidades básicas do ser humano. Exagero? Experimente pedir à um estudante do secundário que faça um trabalho de pesquisa só com livros e depois diga-me se é ou não exagero!

NJ144

Aoaní d’Alva

Um comentário:

Ilda Brás disse...

Não é fantástico estarmos a viver uma revolução como esta? Os computadores, a internet, os telemóveis, vieram revolucionar o mundo da mesma forma que Gutenberg com primeiro livro impresso. O saber é para todos, e hoje em dia está num simples toque de teclas, infelizmente ainda não está ao alcance de todos, mas um dia estará.